O que fazer se o contrato de empréstimo é abusivo?

Alguma vez, você já sentiu que o seu contrato de empréstimo consignado é abusivo? Ou que não tem informações claras? Talvez tenha descoberto que a taxa de juros era muito mais alta do que o esperado, ou que as condições contratuais não estavam claras. Se você é aposentado ou pensionista e se viu em uma situação como essa, não está sozinho. Muitos consumidores enfrentam desafios semelhantes quando lidam com contratos de empréstimos consignados, especialmente na modalidade Reserva de Margem Consignável (RMC).

Recentemente, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) tomou uma decisão que pode trazer alívio e esperança para muitos nessa situação. A 18ª Câmara Cível, sob a relatoria do Desembargador Leandro Raul Klippel, anulou um contrato abusivo de empréstimo consignado na modalidade RMC. O contrato em questão envolvia o desconto direto de parcelas de um cartão de crédito no benefício previdenciário do consumidor, e foi considerado abusivo devido à falta de clareza nas informações sobre juros e condições de cobrança.

Muitos aposentados e pensionistas enfrentam problemas semelhantes ao que foi julgado pelo TJRS. Eles muitas vezes se veem atrelados a contratos complexos e pouco transparentes, com taxas de juros exorbitantes e termos que não foram claramente explicados. Essa falta de clareza pode levar a um endividamento crescente e a um estresse financeiro considerável. A sensação de estar em um ciclo de dívidas sem fim, sem saber como se defender ou buscar ajuda, é uma realidade angustiante para muitos.

A decisão do TJRS serve como um exemplo importante de como o sistema judicial pode corrigir e proteger os direitos dos consumidores. Se você se encontra em uma situação semelhante, saiba que você tem direitos que podem ser defendidos. A decisão do TJRS destaca a necessidade de:

1. Transparência nas Condições Contratuais: As instituições financeiras devem fornecer informações claras sobre todas as condições do contrato, incluindo taxas de juros e formas de cobrança.

2. Taxas Justas: Em contratos de empréstimos consignados, a taxa de juros deve ser razoável e de acordo com as normas estabelecidas pelo Banco Central.

3. Reclamação e Reavaliação: Se você sentir que seu contrato é abusivo ou não está claro, você pode buscar ajuda em órgãos de defesa do consumidor ou recorrer ao sistema judiciário para revisão e correção das condições.

Você tem o direito de:
• Receber informações claras e completas sobre o contrato.
• Ter taxas de juros justas e de acordo com as regulamentações do Banco Central.
• Reclamar e buscar a revisão de contratos abusivos.
• Ser protegido contra práticas que não respeitam seus direitos como consumidor.

Se você está enfrentando problemas com um contrato de empréstimo consignado ou qualquer outro produto financeiro, é importante buscar orientação jurídica.

THAIZA FABIULA DE SOUZA ARAUJO MARCA. Advogada. Especialista em Direito do Consumidor. Pós-graduada em Direito Civil, Processo Civil, Imobiliário e Direito Público. Colunista Jurídica.

Para eventuais dúvidas, entre em contato https://thaizamarca.com.br/

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